Olhem que bonito texto de São João da Cruz, bastante propício nestes tempos em que a pedagogia e a aprendizagem necessitam ser repensadas, recriadas, revalorizadas:
“Assemelha-se a alma ao viajante que, para chegar a novas terras não sabidas, vai por caminhos igualmente não sabidos e desacostumados; não se orienta pelos seus conhecimentos precedentes, mas caminha com incertezas, guiando-se por informações alheias. Evidentemente não poderia chegar a estas novas terras, nem saber o que antes ignorava, se não andasse agora por novos caminhos até então desconhecidos, deixando os caminhos que sabia. A mesma coisa acontece a quem aprende as particularidades de um novo ofício, ou de uma arte, que sempre vai às escuras, isto é, não segue seus primeiros conhecimentos; porque, se não abandonasse o que aprendeu no princípio, jamais sairia daí, nem faria novos progressos no ofício ou arte em que se exercita.” (Noite Escura – Livro II – Cap. XVI)
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