sábado, 25 de janeiro de 2014

Ditadura e Democracia: qual o papel da violência de Estado?

Pedro Paulo Gastalho de Bicalho
Fonte: Entre Garantia de Direitos  e Práticas Libertárias

Ao percorrer alguns momentos de nossa história, pode-se analisar de que modo são construídas algumas das subjetividades que se encontram presentes em nossos discursos, produzindo verdades e instituindo concepções. Que a história seja, então, um dispositivo  que funcione como analisador de nossas práticas – sempre produtoras de modos de ser, estar, saber e viver no mundo.

História que produz e transforma, onde é preciso desviar os olhos dos objetos “naturais” para perceber as práticas, bem datadas, que os objetivam e produzem certa política. História como ferramenta para
pensarmos e intervirmos no presente (VEYNE, 1990).

‘História’, palavra de origem grega que significa investigação, informação, é tratada aqui a partir do enfoque genealógico, presente na obra de Michel Foucault. Segundo Escobar (1984, p. 13): “uma história genealógica nem vertical nem horizontal, mas sim uma política e uma política já em suas práticas.” Foucault não se utiliza de uma história que ‘explique’ o presente, mas como possibilidade de perceber que, se um dia instituições se constituíram de um outro modo, é porque a maneira como as mesmas se apresentam hoje não é ‘natural’. A história ensina que o mundo, os sujeitos que nele habitam e os objetos que nele existem são produções histórico- sociais, não tendo uma existência em si, uma essência ou natureza; sendo, portanto, produzidos por práticas historicamente datadas.